Você sabia que a cachaça é considerada Patrimônio Cultural de Minas Gerais? É praticamente impossível pensar em cachaça e não relacioná-la ao estado, ela inclusive faz parte de alguns pratos da culinária mineira. Em minha última visita ao distrito de Bichinho, próximo à Tiradentes, visitei a fábrica da cachaça Mazuma Mineira, uma cachaça de qualidade produzida em uma região que tem tudo a ver com Minas Gerais.
Quando visitei o distrito pela primeira vez, esta fábrica sequer existia. Atualmente é impossível passar pelo local sem despertar a curiosidade em conhecê-lo, a fábrica possui acesso pela avenida principal do distrito e está instalada em uma bonita fazenda. Durante a visita, é possível saber mais a respeito da produção da bebida, passando por todos os processos de produção.
Mazuma Mineira: Um pouco da história
A história da Mazuma Mineira tem início quando Fábio, mineiro, que morava em Itajaí-SC e tinha uma casa de veraneio em Tiradentes, decide vender a sua empresa e passar um ano em Tiradentes, após se aposentar. Acompanhado de sua esposa Sandra, fizeram um curso de Mestre Alambiqueiro e se apaixonaram pelo assunto, despertando a vontade de produzir a sua própria bebida.
Fábio se aprofundou nos estudos e ficou cada vez mais apaixonado pela produção de cachaças. Eis que, durante uma visita ao distrito de Bichinho, ele viu a oportunidade de construir um espaço que fizesse jus aos sabores e aromas desta bebida genuinamente brasileira, assim nasceu a Mazuma Mineira.




Visita Guiada
A Mazuma Mineira oferece visitas guiadas, onde é possível conhecer todos os processos de produção da cachaça, desde o canavial até o armazenamento. Eu já havia visitado uma outra fábrica de cachaça em Bichinho, mas me interessei muito por esta outra fábrica e optei por fazer a visita guiada.
Fui recebido primeiramente por um funcionário da fábrica, que me deu as boas vindas e me levou para conhecer a adega, local onde as cachaças são envelhecidas nos tonéis. Ali eu já tive uma breve explicação sobre os tipos de madeira utilizadas nos tonéis, o tempo de maturação e a temperatura de cada um, já que são produzidos cinco diferentes tipos de cachaça.


Depois foi oferecida uma degustação de todos os tipos produzidos, começando pela armazenada em tonéis de Carvalho, passando pelas cachaças armazenadas em Jequitibá, Amburana e Bálsamo, finalizando pela armazenada em Inox. Aqui se tem mais informações sobre como consumi-las e outras curiosidades. As cachaças são muito boas, de sabor e aroma agradáveis, daqueles que agente não faz nem careta pra beber.


Até aqui a atividade é gratuita, quem quer se aprofundar ainda mais no assunto deve iniciar a visita guiada (paga), comandada pelo próprio Sérgio, o proprietário. Simpático, educado e muito esclarecedor, ele me acompanhou primeiro até o topo da fazenda, onde se inicia o processo de produção. É lá que a cana recebe os primeiros tratos, antes da moagem, com uma caldeira alimentando o processo com o calor necessário, muito bem elaborado.
O interessante é que o sistema de gravidade da fazenda ajuda muito na hora de passar de um processo de produção para outro, já que tudo está interligado através de canos. A parte superior da fazenda concentra os primeiros processos de produção, com as partes superiores recebendo os passos seguintes.




Na área inferior a esta primeira, há uma outra construção, onde está o alambique propriamente dito. Ali acontece a fervura do mosto e a destilação. Os equipamentos são de primeira linha, novos e bem conservados, e isso com certeza faz a diferença no produto final. Um detalher importante de se ressaltar é a limpeza de todos os ambientes, impecável.
Na parte externa desta construção ficam os alambiques de cobre, ali a produção é finalizada antes de ir para os tonéis, para maturação. Para que se tenha somente cachaça de qualidade, este último processo divide a destilação em três frações, chamadas de cabeça, coração e calda.
A “cabeça” corresponde à 3% do volume total da caldeira, o “coração” à 75% e a “cauda” corresponde à 25%. Destes, somente o coração vai para os tonéis, garantindo somente cachaça de qualidade, sendo que a cabeça e a cauda são utilizadas para outras finalidades.


Esta então é a última área a ser conhecida durante a visita guiada, sendo que dali é possível avistar a plantação de cana. A visita guiada dura em torno de 40 minutos e custa R$10 por pessoa, realizada às segundas, terças, quintas e sextas, às 15h30, sábados às 11h e às 15h30 e domingos às 11h. Não é necessário reservar.
Loja oficial Mazuma Mineira
A loja oficial da marca funciona junto à recepção, onde está a adega e onde acontece a degustação. Além de poder adquirir todas as cachaças lá produzidas, é possível comprar algumas delícias como queijos de diversos tipos, doces como goiabada cascão e doce de leite com café, café gourmet com grãos 100% arábica e alguns souvenirs.




Quem não quiser fazer a visita guiada pode apenas conhecer a adega e degustar as cachaças, além de fazer compras na lojinha oficial, tudo isso é gratuito. Apenas a visita guiada que custa R$10. Fiz a visita guiada e gostei, achei muito interessante e recomendo à todos que também façam.
Viagem Realizada em junho de 2019
Cachaça Mazuma Mineira
Rua São Bento 300
Distrito de Bichinho – Prados-MG
(32) 3353-6654